Quais são os efeitos do overtraining em atletas? Sinais a serem observados
Bem-estar
Atingir uma meta e já estar de olho na próxima é uma característica bem nossa, que adoramos praticar atividades físicas e superar desafios. Mas é preciso tomar cuidado para, na ânsia de querer fazer sempre mais e melhor, não acabar prejudicando todo esse processo tão prazeroso. Cansaço constante, dificuldades para dormir e lesões frequentes são sintomas do overtraining, quando o corpo faz mais exercícios do que o organismo é capaz de recuperar[1].
Pesquisas mostram que de 10% a 20% dos atletas de elite sofrem com a “Síndrome do Overtraining”. Entenda o que é e como evitar o overtraining:
Em primeiro lugar, o que é o overtraining e quando ele ocorre?
O nome diz tudo: overtraining é um excesso de treino. Mas é aquele excesso que não faz bem, mas que prejudica o corpo. E não é difícil descobrir quando isso acontece: dá para mapear os sintomas do overtraining em duas fases[2].
A primeira fase é caracterizada por dores musculares que se manifestam quando o atleta não permite um tempo de recuperação suficiente entre treinos muito intensos. Daí, o corpo acaba dando sinais hora ou outra e, quando isso acontece, é provável que seja preciso interromper a rotina de treinamento.
Já a segunda fase ocorre quando o atleta ignora os sinais de excesso de treinamento e continua a exigir muito do corpo. Podemos até nos confundir e acreditar que sintomas como fraqueza ou mau desempenho exigem um treinamento ainda mais duro. Mas talvez seja justamente o contrário: o seu organismo pode estar desesperado por um break, essencial para revigorar as energias e continuar evoluindo em termos de performance.
Para atletas comprometidos com resultados, pode ser difícil aceitar o fato de que descansar é preciso. Mas é. O overtraining pode ter muitas consequências, como dores, problemas nas articulações, queda da resistência imunológica e fadiga crônica[1]. Não vale a pena, não é mesmo?
5 sintomas comuns de overtraining
É muito importante identificar o excesso de treino por meio dos sintomas de overtraining. Para isso, devemos contar com a supervisão de um profissional da educação física ou de saúde, que pode ajudar a montar uma rotina adequada de treinamento, sem sobrecarga.
Veja quais são os principais sintomas de overtraining:
1. Você está tendo aumento de lesões
As lesões são consequências comuns do overtraining[3]. Atletas menos experientes, atletas de resistência e aqueles que tentam voltar à ativa após uma longa pausa estão mais sujeitos a se lesionar pelo excesso de treino, pois muitas vezes tentam extrapolar limites para atingir resultados.
Para identificar possíveis lesões decorrentes do overtraining, é importante ficar atento a sinais como dores e dificuldades para manifestar movimentos regulares. Um jogador de tênis que sente incômodo a cada saque, ou um corredor cuja performance está prejudicada por sintomas físicos, pode estar treinando mais do que deveria e corre o risco de se machucar.
Porém, em muitos casos, a lesão não dará sinais óbvios. Por isso, é importante ter o acompanhamento regular de um profissional de saúde e, sobretudo, monitorar a intensidade do seu treino. Afinal, queremos sempre dar o nosso melhor, mas sem colecionar lesões.
2. Você se sente constantemente cansado
A fadiga crônica é mais uma das consequências do overtraining. Como atletas comprometidos, é normal sentirmos cansaço em algum momento da jornada. Mas se esta sensação começa a estar presente todos os dias, a ponto de prejudicar o seu desempenho, é sinal de que o corpo está exigindo uma pausa.
Quando os limites do corpo são excedidos, o organismo falha e o rendimento físico declina[1], provocando o cansaço. Fique atento para não cair nessa cilada.
3. Você não está dormindo bem à noite
O overtraining pode prejudicar o seu padrão de sono por um motivo simples: o seu corpo não tem tempo suficiente para se recuperar de treinos intensos e seguidos e, por isso, fica estressado.
E nós sabemos bem que o sono é um componente essencial para atletas devido aos seus efeitos restauradores[4]. Porém, a quantidade e a qualidade do sono diminuem quando a carga de treinos é excedida. Assim, problemas para dormir são queixas comuns entre atletas em overtraining.
Como em um ciclo vicioso, treinar demais prejudica o sono. E sem um sono de qualidade, ficamos ainda mais cansados. Fuja disso e se apegue à equação exatamente oposta: quanto melhor o sono, melhor o treinamento. Quanto mais adequado o treinamento, melhor o sono!
4. Você não consegue se concentrar
É comum a gente associar o treino a um momento de recarregar energias para as outras atividades do dia. Tanto que muitos de nós rendemos muito mais no trabalho depois de treinar. Mas, quando acontece o overtraining, o cansaço crônico prejudica o sono e, por consequência, causa problemas de concentração.
Além disso, o excesso de treino afeta significativamente os hormônios do estresse, como o cortisol e a adrenalina. Esse desequilíbrio hormonal está associado a maior irritabilidade e dificuldade para manter o foco[5]. Outra vez, um efeito dominó que pode fazer muito mal à saúde.
5. Você não anda muito motivado
Chega a ser um paradoxo: por um lado, treinamos além da conta "motivados" a cumprir uma meta. Mas, por outro, o treino em excesso acaba por prejudicar exatamente aquela sensação de motivação que nós atletas temos ao treinar[6].
É porque treinar demais pode desequilibrar o funcionamento do organismo, afetando o humor e nos deixando mais cansados, principalmente na presença de dores, lesões ou problemas para dormir. Quem consegue ficar motivado numa situação dessa, não é mesmo?
Não se preocupe! Descubra como evitar o overtraining
Como você percebeu, overtraining é coisa séria. Se você identificar os sinais desta condição, converse com o médico ou o profissional de educação física para que vocês pensem em estratégias para dar a volta por cima.
E, mesmo que você não tenha sintomas de overtraining (ufa!), o tema é importante e devemos estar sempre alertas para prevenir que o corpo sofra tanto.
O primeiro passo é entender que cada organismo tem seus próprios limites – que devem estar aliados aos seus objetivos. Por isso, organize uma rotina personalizada sempre com apoio profissional. O segundo passo é prestar atenção aos sinais que o corpo dá. Os sintomas de overtraining são um grande indicativo de que é hora de dar uma pausa.
Por fim, não se esqueça de que os dias de descanso são fundamentais tanto para a sua saúde quanto para a sua melhor performance. Durante o descanso, as células do corpo são regeneradas, inclusive as dos músculos[7]. Esse processo é tão fundamental para fortalecer o corpo quanto o treino em si.
Agora que você já conhece as consequências do overtraining, lembre-se de treinar com sabedoria e de respeitar os seus limites. Cuide bem do seu corpo para que possa atingir os objetivos esportivos que você tanto almeja.
Referências
1. Hackney AC, Battaglini C. The Overtraining Syndrome: Neuro-endocrine imbalances in athletes. Brazilian Journal of Biomotricity, vol. 1, núm. 2, junho, 2007, pp. 34-44 Universidade Iguaçu Itaperuna, Brasil. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/930/93001204.pdf
2. Rady’s Children Hospital San Diego. Overtraining Syndrome/Burnout. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/930/93001204.pdf
3. International Sports Science Association. Considerations for Common Overtraining Injuries. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/930/93001204.pdf
4. Lastella M, Vincent GE, Duffield R, et al. Can Sleep Be Used as an Indicator of Overreaching and Overtraining in Athletes?. Front Physiol. 2018;9:436. Published 2018 Apr 24. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/930/93001204.pdf
5. American Council on Exercise. Overtraining - 9 Signs of Overtraining to Look Out For. Disponível em:
https://www.acefitness.org/education-and-resources/lifestyle/blog/6466/overtraining-9-signs-of-overtraining-to-look-out-for/
6. American Council on Exercise. Overtraining - 9 Signs of Overtraining to Look Out For. Disponível em:
https://www.acefitness.org/education-and-resources/lifestyle/blog/6466/overtraining-9-signs-of-overtraining-to-look-out-for/
7. Alencar TAMD, Matias KFS. Princípios fisiológicos do aquecimento e alongamento muscular na atividade esportiva. Rev Bras Med Esporte vol.16 no.3 Niterói May/June 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=[..]
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